Ao mestre, com carinho
Aí o MEC está fazendo um monte de propagandas sobre o professor, né? Por um monte, leia-se duas, mas é mais propaganda do que a Coca Cola tem feito ultimamente (essa do besouro eu já vejo faz tempo!!!). Claro, as pessoas já gostam de Coca, por isso não precisa de tanto. Já de ser professor... bom, a coisa não é bem assim, como todos sabem. Isso me lembra aquela apresentação do Chico Anysio que todos conhecem por terem visto no Jô. “Ah, uma família de professores e a senhora vai e vira puta!?”. “Dei sorte, meu filho. Dei sorte...”. É, minha gente, quando a coisa vira piada, é porque está de fato perigosa. Vide as gozações sobre o Sarney e companhia limitada. Veja bem, eu gosto muito de sátiras. Na verdade é minha principal fonte de informação a respeito de coisas que não presto atenção no cotidiano. Voltando ao professor. Minha mãe é professora e eu digo a vocês: não recomendo. Ganha mal, trabalha muito, geralmente não é bem quisto pelos alunos – e olha que ela é professora de educação física! Imagine se fosse de matemática ou química, ou física. Digo isso porque, de modo geral a visão da molecada é a de “nós e eles”. Aliás, “nós contra eles”, marca registrada dessa idade terrível, a adolescência. Sabe como é: a instituição é errada, não serve pra nada, eu enquanto indivíduo jovem é que tenho razão, vamos transgredir e etc. Claro que eu já fui assim. Você também, de um jeito ou de outro. Mas, para não dar muita lenha pra esse papo, retorno à propaganda em si. Acho interessante, mas isso me alarma um pouco. Veja, ninguém faz propaganda de água, por exemplo. Nem de arroz com feijão (com exceção do ministério da Agricultura, o que é um desaforo se você parar pra pensar. Com q quantidade de gente obesa, o governo devia colocar suas necessidades econômicas depois da saúde, mas quando dizem “coma arroz com feijão”, eu escuto um grande “COMPRE... blá blá blá, se fode aí”). A razão disso, é que ninguém precisa ser lembrado de beber água. Da mesma forma que todos sabem... que devem comer arroz com feijão. Quando se faz a propaganda de alguma coisa, você quer chamar a atenção do público para algo que ainda não tem essa atenção. Por isso fico preocupado com essa propaganda do MEC. Ela denuncia que não há a devida atenção com nossos queridos professores. Logicamente não estou falando novidade alguma. O que acho mais obscuro, porém, é o seguinte: quanto o governo paga para esses professores? Quer dizer, se o salário está vinculado ao nível de trabalho. Em uma empresa, quem desempenha a função mais importante, seja no campo administrativo, de produção, de saber ou tecnologia, ganha mais. Aí você vem e diz que o professor é o cara mais importante da paróquia, mas paga um salário sem vergonha pros caras!!!! Das duas uma: ou você está mentindo, e esse sujeito não é tão importante assim, ou você não leva muita fé no que diz. Aliás, esse lance de propaganda é uma coisa engraçada: quando não se está falando de um produto, pode reparar, só se faz propaganda quando a coisa vai mal. As pessoas só se preocupam em mostrar os pontos fortes, sejam eles reais ou mentirosos, de alguma coisa quando os pontos fracos começam a pipocar. Na boa, o nosso governo é uma piada. E pensar com o salário de um aspone você paga 2 ou 3 professores.
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2 comentários:
Vitor, acho sempre muito pertinente seus posts.
Em relação aos professores, na parte q vc cita o intuito da propaganda "Ou ele nao eh tao importante assim ou vc não leva fé no q diz"
Acho q de certa forma, os dois juntos. rs Pra um cara virar o homem mais importante da República (nosso Presidente) a classe docente não teve um papel tão importante. Ele só cursou até a 5 série.
Pra vc virar o chefão da área tb não precisa deles. Hoje, a escola se chama "Vida" e os conhecimentos são o "network", ou melhor " QI- quem te indica. Corporativismo, Nepotismo, "contato"..
è meu amigo, as formas e conteúdos de aprendizado não são mais os mesmo, talvez por isso a questão do professor seja mais intrigante.
Bjo grande
Vitôncio, quantas saudades! Estava andando com minha mochila por esse mundão, por isso ando meio sumida. Pegando emprestadas as palavras da Lívia, sempre muito importantes seus comentários. Boa reflexão essa. Esse salário de miséria dos professores é muito emblemático para pensar a importância que o governo dá à educação. E hoje que ainda tinha prefeito aí querendo privatizar as escolas públicas. Isso realmente só pode ser piada.
Beijos, querido
continue escrevendo
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